sexta-feira, junho 20, 2014

Houve um tempo em que camisa ganhava jogo


Houve um tempo em que camisa ganhava jogo. Nesta Copa, como diria o “professor” Luxemburgo, não tem mais ninguém bobo. A Itália entrou em campo com seu corte perfeito e porte de campeã e saiu de campo destroçada pela determinação da jovem Costa Rica. Balotelli queria um beijo da rainha da Inglaterra. Levou para casa um gol de Bryan James.

Estamos vendo uma superioridade indiscutível das seleções das Américas. Duas seleções europeias já garantiram seu retorno mais cedo para casa. Alguns dizem que é o fim do futebol de resultado. Eu digo que é o ressurgimento do futebol mágico temperado com a determinação daqueles que querem fazer história.

Temos sido presenteados com jogos de indiscutível qualidade, poucas faltas e muita bola rolando. A torcida, multicolorida, multirracial e intercontinental, transforma as arquibancadas em salões de festa onde os torcedores cantam, dançam e se encantam com a melhor Copa do País do Futebol.

O craque e a bola


O futebol é um encontro de apaixonados. A bola, admirada e acompanhada com olhos atentos por milhares de torcedores, às vezes, pende caprichosa nos pés e nas cabeças daqueles que sabem lhe valorizar e corre para se aninhar nos fundos das redes, fugindo de goleiros impiedosos que teimam em negar-lhe o regaço do gol.

A bola conhece o craque, sabe da sua intimidade, compartilha dos seus desejos. Se ele, então, fez sacrifícios para estar com ela no momento sublime de uma Copa do Mundo, ela o procura, seja pelo alto, seja correndo junto à grama, açucarada, pedindo para ser empurrada para as redes.

Diante dos olhos atentos da torcida, o craque e a bola realizam a magia que enche os corações de alegria. O lançamento de trivela que faz a bola partir da intermediária cruzar o grande circulo do gramado e pousar suavemente nos pés do atacante, ficará retido na memória e será comentado pela eternidade, e quando perguntarem quem lançou e quem marcou o gol, todos dirão que foi o craque, em completa simbiose com a bola.

O Olhar Oblíquo do Medo - Editora Zap Book


Capítulo 1

 O avião havia aterrissado a cerca de dez minutos no Aeroporto Santos Dumont, na Cidade do Rio de Janeiro. O voo, procedente de São Paulo, atrasou mais de meia hora em função do mau tempo, impedindo a decolagem no Aeroporto de Congonhas.
Túlio andava de um lado para outro em frente ao portão de desembarque massacrando um chiclete na boca. Receou que a pessoa que esperava tivesse desistido, impedindo a concretização das ações que lhe foram atribuídas. Quando os passageiros começaram a sair, os olhos treinados de Túlio procuraram o homem com a descrição que lhe passaram: altura mediana, entre vinte e cinco e trinta anos, branco, orelhas deformadas pelo arrasto no tatame e uma singular tatuagem de labaredas lhe subindo pelo pescoço. 

Túlio não tardou a identificar o sujeito caminhando com passos decididos em direção à saída do aeroporto, talvez a procura de um taxi. Túlio jogou na lixeira o pedaço de papel toalha que usou para secar as mãos suadas e apressou os passos a fim de não perder o alvo de vista. Antes de chegar ao ponto de taxi, o alcançou. Decidido, tocou no ombro do homem fazendo com que ele se virasse em sua direção. 

- Oi, tudo bem? – Túlio lhe abriu um sorriso. 

- Quem é você? – a pergunta demonstrava mais cuidados do que curiosidade. 

- Túlio. Trabalho para Fábio. Carniça me pediu para vir buscá-lo. 

- Não foi esse o combinado. – disse o sujeito arqueando uma das sobrancelhas. 

- Acontece que Waldomiro já está no hotel e tem que partir o mais rápido possível. Por isso Carniça me pediu para te buscar. 

- E onde está o carro? 

- No estacionamento. – disse Túlio apontando à esquerda. 

O sujeito mordeu os lábios, transparecendo desconfiança ante aquela mudança de planos. Por fim começou a caminhar na direção apontada por Túlio, sendo seguido por ele. 

Chegaram ao estacionamento onde Túlio apontou um Renault Megane de cor preta e apertou o segredo existente na chave do carro para destravar as portas. 

- Coloque a sua mala no banco traseiro – disse. 

Ele assumiu o volante tendo seu acompanhante sentado ao seu lado e saiu do estacionamento, seguindo em direção à zona sul. 

O Renault mergulhou por baixo das pistas do Aterro do Flamengo para fazer o contorno e pegar a pista no sentido Copacabana. A força centrifuga produzida durante a curva espremeu o sujeito na porta, obrigando-o a levar a mão esquerda ao painel para se equilibrar. Túlio manteve uma das mãos segurando o volante. Com a outra pegou debaixo de seu banco uma pistola com silenciador. Apontou de imediato para a cabeça do homem e apertou o gatilho uma única vez. O sangue jorrou do furo provocado pelo projétil desenhando uma borrasca vermelha na porta do carona. Túlio dirigiu mais alguns metros até encontrar um Renault Clio parado no acostamento com as luzes do alerta piscando. Parou o carro, pegou um pedaço de pano no banco traseiro e passou pelo volante. Precisava limpar todo e qualquer vestígio que pudesse deixar de sua presença. Saiu do carro e se dirigiu ao Clio. Abriu a porta dianteira e sentou-se ao lado do motorista sumindo no transito denso daquele principio de noite no Aterro do Flamengo.

Esse é o primeiro capítulo do livro "O Olhar Oblíquo do Medo" lançado em junho/2014 pela Editora Zap Book. O livro pode ser adquirido nas livrarias ou diretamente no site da editora: www.zapbook.com.br

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